domingo, 5 de abril de 2009

Pensamentos soltos que ocorrem em uma caminhada cheias de folhas no chão



O tempo anda ansioso. Já sinto um pouco de frio pela manhã. Estamos em abril. As folhas já estão prontas para suas quedas suaves, para aumentarem o trabalho das faxineiras, para causarem risadas das crianças que brincam de bola na rua e fantasiam flocos de neves ou resmungos de avós com expectativa e medo da dor dos ossos.
O calor invade o final de agosto, as propagandas de moda verão começam no inverno, tenho garganta inflamda em pleno sol de fevereiro, um dia nublado inesperadamente proporciona o mais lindo pôr do sol e o azul claro da manhã vira o negro escuro da chuva da tarde. O tempo anda ansioso. E tenho certeza, ainda não é culpa do garoto estufa; ainda uso blusa de lã pelas manhãs de céu azul.

PS 1: Será que essa visão pertence somente a mim ou também é dos taxistas da esquina que discutem o tempo, do organizador de festas edo viúvo que há muito não importa se chove ou se faz sol?

PS 2: No meio de toda essa bagunça, quero fugir do centro das atenções que nunca fui. Não quero mais o carinho que tanto esperei e que tanto entreguei.... Ironicamente, o drama sempre começa no meio de tudo e nunca termina no fim. Ando ansioso, vejo tudo ansioso, não sei mais onde colocar minhas mãos, o que falar e não mais me puno por pensar coisas feias, por reclamar do presente e do tempo. Não me sinto inconsciente e os rabiscos ganham força pelo amor próprio, pela ganância de felicidade. Buscar novos eus? Achar realmente a razão? Nada de banalizar a solidão, amiga inseparável dos bêbados que não bebem. Parar seria matar todo espírito sentimental que nasceu lá atrás. Logo, resta aproveitar o amargo do chocolate e observar outras coisas ansiosas como o tempo que mistura estações, que invade uma na outro e não respeita datas. Admirar as folhas caindo para que o próximo verão me proporcione novas visões, seria uma atitude sábia.

PS 3: O verão começa no dia 21 de dezembro, solstício de verão, momento em que o sol está na sua maior latitude sul, encontra-se em cima do trópico de capricórnio. Penso que deveria ser o momento maior, aúreo do verão para todos cidadãos austrais, mas no entanto é apenas o início. O verão começa quando o sol já vai rumo ao norte, começa no dia do começo do término. Como gostaria de conversar com uma professora de geografia.

Thiago Franco Albino

Margem de segurança


Caminhe o mais longe possível
para fora do alcançe das minhas palavras
para a sua felicidade.

Suma para a distância da covardia
para o silêncio
que polpa o resmungo
que facilite a alma.

Mas ao mesmo tempo
tenha a certeza
nada escapa ao desejo.

Thiago F. ALbino

Afogado


Uma atrás a outra
me resta decepção
de todas as formas
me junto em convergência.

Vontade de me sentir leve
de me comparar ao branco
e realmente ser o que sinto
não o que digo.

As vezes minhas pegadas
tão supostamente previsíveis
encontram mais sozinhas
que o nascer do sol.

E justamente atrás da montanha
resta uma lágrima
que de tão espontânea
evapora pelos olhares rígidos.

Thiago Franco Albino

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Os Degraus

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

Mario Quintana - Baú de Espantos